Balzac, a obra-mundo Dimensões do produto: 14x21cm ISBN: 978-85-7448-016-9 Livreiros e distribuidores |
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Toda
a “particularidade” da obra de Balzac, para a qual ele transferiu de forma
absoluta e fervorosa todo o seu ser, reside provavelmente em sua prodigiosa
generalidade. Balzac é uma obra, e essa obra é uma soma; Balzac é um livro, e
esse livro é um mundo. Balzac de certa forma é “pessoalmente o mundo”, Balzac
é uma “obra-mundo”. E
nenhum trabalho poderia analisar essa obra-mundo, essa marchetaria cuja
unidade está na singularidade da visão de um homem, na singularidade de um
sentido plantado no coração do demiurgo com cara de escritor, sem se abrir
para a multiplicidade, a diversidade, a pluralidade de temas e vozes. Evocar
Balzac é ao mesmo tempo afrontar a parcialidade do tema da evocação e se
conscientizar da necessidade de um complemento a essa evocação; da
necessidade que ela tem de acolher a parte divergente de outrém para que algo
da forma da obra permaneça na forma de sua apresentação. De
uma obra-mundo, e de uma obra-mundo manipulada de forma tão diversa e
generosa, somente um livro-mundo ainda inexistente pode aspirar a definir
seus contornos. É um trecho desse livro-mundo que encontraremos aqui. Um
trecho que, segundo o desejo dos autores, contivesse a imagem do todo, e
fosse perpassado pela preocupação de estabelecer uma diversidade coerente,
uma heterogeneidade relativa, pois apenas assim ele poderia ser o modesto
espelho do monumento a que ele se aplica. Ronan Prigent
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