RIMBAUD DA AMÉRICA E OUTRAS ILUMINAÇÕES


Importante e inédita abordagem da obra de Rimbaud como precursor da modernidade. Sobressaem-se em definitiva sua análise do fenômeno “Rimbaud pop”, sua influência duradoura e indelével sobre vários monstros sagrados da cultura (ou contracultura...) popular norte-americana, como William Burroughs, Jim Morrison e The Doors, Patti Smith, Kathy Acker. Notável também sua análise da obra de Rimbaud como poeta-errante por excelência, marcado pela walk writing, e também sua incursão na obra de João Gilberto Noll – ou a “escrita da ação” – à luz de obra rimbaudiana. Analisa ainda aspectos da obra primordial da Rimbaud, bem como estabelece uma relação Rimbaud-cinema. Contém anexos os originais de vários poemas/textos de Rimbaud, filmografia, videografia, etc.

Do prefácio de Italo Moriconi:

“Mauricio (...) não se propõe como uma discussão conceitual sobre modernidades, e sim como verdadeiro rito propiciatório destinado a revitalizar inquietas virtualidades do moderno. Como diz Kathy Acker, prosadora americana pós-modernista aqui estudada, em nosso tempo a imagem básica do poeta enquanto ser selvagem (“sangue ruim”) ficou associada ao mito de Rimbaud. (O autor) mostra bem como o lugar de Rimbaud na contemporaneidade é um lugar de contínua apropriação de obra-vida. Demonstra com precisão que os grandes apropriadores de Rimbaud (Burroughs, Kathy Acker, Jim Morrison, Patti Smith, Deleuze, Godard) dispõem e redispõem de seu espólio de maneira completamente canibalizadora. No veio Rimbaud da modernidade ocidental, lugar de fuga como quer Mauricio Salles Vasconcelos, vige a antropofagia, a devoração/incorporação do totem e do tabu.”


Da orelha, por Waly Salomão: 

“Vislumbro neste Rimbaud da América e outras iluminações, o dramático rito de passagem da leitura concentrada e reificadora de um único texto (o famoso close reading) para uma rede comparativista de similitudes/dissimilitudes e conexões muito mais apta para penetrar na poética da indeterminação da cultura contemporânea.

“Partindo do mais decisivo corte, da cunha inaugural, do mais seminal hino às possibilidades da poesia moderna – Arthur Rimbaud – neste livro são escrutinados ícones como William Burroughs, Kathy Acker, o grande xamã pop Jim Morrison, Patti Smith, João Gilberto Noll, e até a nossa revista Navilouca comparece como exemplar tradução do barco bêbado. O autor sabe fiar aqui cruzamentos vorticistas em uma trama movente, movediça e prolífica de sinais destarte inventando e evidenciando um papel menos passivo para o crítico pois o crítico hibridizado de poeta vê seu campo aberto para participar também da partilha do roubo do fogo. Cine, clips, cut-ups. Com sua sensibilidade, seu destemor pelo experimental e portando uma acerada sonda mergulhadora que vai fundo no seu cineticismo irradiante, o nômade trans¬figu¬rador Mauricio Salles Vasconcelos honra e trai Rimbaud porque se revela um genuíno ladrão de fogo. (...)”

 

       

                                                                                                   


MAURICIO SALLES VASCONCELOS

Mauricio Salles Vasconcelos nasceu no Rio de Janeiro, em 1956. Vive em Belo Horizonte desde 1995, onde atua como professor da Faculdade de Letras da UFMG. Escreveu: Lembrança arranhada (Fontana, 1980); Tesouro transparente (Anima, 1985); Sonos curtos (Massao Ohno, 1992) e Ocidentes dum sentimental (Orobó, 1998), todos de poesia. Escreveu e encenou a peça Estação Rimbaud, em 1986. É co-organizador da coletânea de crítica 1.000 rastros rápidos – cultura e milênio, FALE (UFMG)/Ed. Autêntica, em 1999.  



Livro
Páginas 320
Sobre o autor (a) Mauricio Salles Vasconcelos

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