MALINA
Em Malina, originalmente publicado em alemão em 1971, Ingeborg Bachmann convida o leitor a um mundo estendido aos limites da linguagem. Uma narradora, que trabalha como escritora em Viena, está dividida entre dois homens: vista através do prisma basculante da obsessão, ela viaja em profundidade dentro das próprias loucuras, ansiedades e genialidades. Malina explora o amor, as várias faces da morte, a raiz do fascismo, a paixão.
Parte integrante da trilogia Gêneros da morte, este romance de Ingeborg Bachmann, o único dos três que ela concluiu, serviu de modelo para muitos escritores. Com um enigmático trio amoroso entre um amante distante, um companheiro cínico e uma narradora frágil e apaixonada, Malina ilustra tanto a busca por uma identidade fragmentada quanto por uma narrativa possível numa Viena abandonada pela História.
É também um campo de memória que evoca o encontro da autora com Paul Celan, o imenso poeta que ela "amou mais que a própria vida", num discurso sobre a loucura e as queimaduras que ela acarreta: cremação de livros num passado trágico ainda recente, também premonição do fim da autora, que morreu em decorrência de um incêndio provocado por um cigarro mal apagado.