Beleza e tristeza
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- Calcular freteYasunari Kawabata, Prêmio Nobel de 1968, compôs uma história que conta a viagem a Kyoto de um romancista chamado Oki para contemplar a tradicional celebração de Ano-Novo na cidade. Lá, o personagem reencontra-se com sua antiga amante, Otoko, com quem teve um caso muitos anos antes, quando ela ainda era apenas uma adolescente e ele já um adulto. Naquela ocasião, ela engravidou dele e perdeu o bebê. A relação então acabou, e Oki escreveu um romance expondo Otoko, livro que se tornou best-seller. No reencontro, ele tem outra vida, ela não é mais uma adolescente, e novos personagens fazem com que a relação deles seja retomada de maneira diferente e com novas complicações.
O enredo de Beleza e tristeza, no entanto, embora muito envolvente e difícil do leitor largar, não dá conta da grandeza do livro. O título, que junta dois substantivos abstratos, faz parte da composição, sugerindo que — primeiro — beleza e tristeza podem, e comumente, andam lado a lado, e que — segundo — as abstrações, nesse caso, têm peso maior que os fatos e a materialidade.
Não à toa, o tempo, uma das maiores abstrações da vida, tem importância crucial na forma com que se desenrola a narrativa. Kawabata fez parte da corrente neossensorialista, que deu à literatura japonesa poética e sintaxe capazes de alcançar mais camadas da percepção humana. Em Beleza e tristeza, portanto, as várias versões dos personagens pelo tempo importam mais do que a figura estática de cada um deles. Aí está a força do romance: prova que a realidade possui caráter mais diverso do que verdades unívocas, prova que tudo pode mudar enquanto continua vivo.
Título: Beleza e tristeza
Autor: Yasunari Kawabata
Tradução: Lídia Ivasa
Prefácio: Neide Hissae Nagae
ISBN: 9788574483122
Formato: 14x21 cm / páginas: 288