Descrição
Revisitando Nietzsche, Heidegger, Rorty, Cioran e outros, Sloterdijk aborda num ensaio ferino uma relação problemática por excelência: os intelectuais e as massas.
O desprezo das massas é um brilhante ataque que o filósofo alemão Peter Sloterdijk desfere contra o senso comum “ilustrado”, dada a asfixia do pensamento em exercícios diletantes das formas, amante de uma álgebra inútil. Partindo de um diálogo com Elias Canetti e seu diagnóstico acerca da agressividade da massa (essa heroína apressada de uma modernidade iludida) contra o talento e a diferença antropológica vertical, e estendendo esse diálogo a Heidegger, Nietzsche, Foucault, Rorty (criticando nesse sua aposta em uma estupidez democrática anti-filosófica), entre outros, Sloterdijk chega mesmo a buscar luzes em alguns momentos da teologia da graça, mais uma vez revelando sua qualidade de não dizer o que é normalmente considerado como de “bom tom” para as “posturas inteligentes modernas”. Aliás, essa tem sido sua tônica: dizer aquilo que a militância das “massas inteligentes” desprezam: “Por essa razão em todo mundo crescem como erva daninha aquelas comissões de ética que, como institutos da destroçada filosofia, querem substituir os sábios.” (p. 99).
Especificação
Sobre autor(a)
Título: O desprezo das massas
Autor: Peter Sloterdijk
Tradução: Claudia Cavalcanti
ISBN: 9788574480558
Formato: 21x14 cm / páginas: 120
Peter Sloterdijk nasceu em Karlsruhe, Alemanha, em 1947. Vem renovando substancialmente o pensamento contemporâneo graças a suas análises iconoclastas sobre a exaustão dos modelos tradicionais tanto na reflexão filosófica quanto nos processos políticos. Estudou filosofia, história e germanística em Munique e Hamburgo, de 1968 a 1974. Suas primeiras áreas de interesse foram a hermenêutica, a teoria crítica, a fenomenologia e a teoria estrutural da história em Michel Foucault. Viveu na Índia entre 1979 e 1980 – estada que lhe despertou forte interesse pelas sabedorias do Oriente e o fez relativizar os cânones ocidentais.
Destacou-se em 1983 com a publicação de Crítica da razão cínica (Estação Liberdade, 2012), que obteve ampla repercussão, tornando-se o livro de filosofia mais vendido na Alemanha do pós-guerra. Lecionou em Frankfurt e Viena, antes de ser nomeado professor de filosofia e estética na Escola Superior de Artes Aplicadas de Karlsruhe, da qual foi reitor de 2001 a 2015. Entre 2002 e 2012 apresentou, ao lado do também escritor Rüdiger Safranski, o conceituado e popular programa de TV “O quarteto filosófico”. No Brasil, Sloterdijk publicou Pós-Deus (Editora Vozes), O zelo de Deus: Sobre a luta dos três monoteísmos (Editora Unesp) e, pela Editora Estação Liberdade, publicou ainda No mesmo barco, Regras para o parque humano, O desprezo das massas, Derrida, um egípcio, Ira e tempo e Esferas I: Bolhas. E no prelo, por esta casa, Esferas II: Globos (trad. Nélio Schneider), Você precisa mudar sua vida: Sobre a antropotécnica (trad. Marco Casanova) e O remorso de Prometeu.