
O cultuado dramaturgo e romancista suíço ganhará novas edições pela Estação Liberdade
1) Dürrenmatt nos palcos brasileiros
Friedrich Dürrenmatt se tornou uma celebridade global principalmente por conta de suas peças, sempre carregadas de crítica social e uma visão não muito generosa da sociedade contemporânea. Para se ter uma noção da presença de Dürrenmatt nos nossos palcos: só em 2018, foram montadas no Brasil adaptações de A PANE, DIÁLOGO NOTURNO COM UM HOMEM VIL e A VISITA DA VELHA SENHORA (30 anos após sua primeira encenação no Brasil).

Do topo, esq. para direita: A PANE pelo GrupoJogo, em Porto Alegre; Aílton Graça e Celso Frateschi
em DIÁLOGO NOTURNO COM UM HOMEM VIL; Denise Fraga e elenco de A VISITA DA VELHA SENHORA.
2) Artista multifacetado
Até os 25 anos, Dürrenmatt hesitou entre a carreira de escritor e a de artista plástico, mas acabou escolhendo a literatura. Isso não o impediu de pintar e desenhar durante toda a vida. Foram necessários dez anos de esforços a Charlotte Kerr, viúva do escritor suíço falecido em 1990, para fazer reconhecer a importância da obra pictural de Dürrenmatt. Em 2000, foi inaugurado o Centre Dürrenmatt (CDN), com uma coleção de mil desenhos, gravuras e pinturas, poisos manuscritos são conservados nos Archives littéraires suisses em Berna. A capa da nossa edição de A PROMESSA seguido de A PANE foi composta sobre sua aquarela “Route Napoleón” (1960).

3) Panes da vida real
Alguma espécie de providência superior ajudou Dürrenmatt a sempre se sair a salvo, mas suas histórias com carros são um capítulo doloroso. Em 1955, ele compra seu primeiro carro. Após uma aula de direção, ele anota “carro me incomoda – Pane” (provavelmente já uma pista como inspiração para o conto). Em março de 1957, um garoto se choca contra o carro,sem consequências para ninguém. Em 1958, carro novo, um Opel Kapitän. Em julho de 1958, desviando de um ciclista, entra com o carro em um campo aberto. Antes do fim do ano, ufa!, ele contrata um seguro automobilístico. Março de 1959, o Kapitän pega fogo. Pouco depois, capota o seu Chevrolet Corvair. Compra um Chevrolet Impala e anota na agenda: “A estrada é um campo de batalha. Tenho como comprar um tanque, então vou fazê-lo.” Agosto de 1959: “carro danificado”. Depois,derrapa e bate num pilar indo para Les Echelles, sudeste da França. Setembro de 1965: “Colisão de carro”. Junho de 1974: “Indo para Neuchâtel. Colisão”. Assim por diante. Novembro, 1982: “Acidente de carro”. Setembro, 1984: “Carro arranhado”. Fevereiro de 1987: “Sem sorte com carros”. Caramba! Hora de chamar um táxi, será? Ou pegar um trem, algo assim. Não à toa, veículos, carros e estradas têm papéis importantes tanto em A PROMESSA quanto em A PANE e em outras obras do autor.

“A pessoa ao volante é imprevisível”,
anotou Dürrenmatt em seu diário.
Estamos de acordo!

3) Panes da vida real
Alguma espécie de providência superior ajudou Dürrenmatt a sempre se sair a salvo, mas suas histórias com carros são um capítulo doloroso. Em 1955, ele compra seu primeiro carro. Após uma aula de direção, ele anota “carro me incomoda – Pane” (provavelmente já uma pista como inspiração para o conto). Em março de 1957, um garoto se choca contra o carro,sem consequências para ninguém. Em 1958, carro novo, um Opel Kapitän. Em julho de 1958, desviando de um ciclista, entra com o carro em um campo aberto. Antes do fim do ano, ufa!, ele contrata um seguro automobilístico. Março de 1959, o Kapitän pega fogo. Pouco depois, capota o seu Chevrolet Corvair. Compra um Chevrolet Impala e anota na agenda: “A estrada é um campo de batalha. Tenho como comprar um tanque, então vou fazê-lo.” Agosto de 1959: “carro danificado”. Depois,derrapa e bate num pilar indo para Les Echelles, sudeste da França. Setembro de 1965: “Colisão de carro”. Junho de 1974: “Indo para Neuchâtel. Colisão”. Assim por diante. Novembro, 1982: “Acidente de carro”. Setembro, 1984: “Carro arranhado”. Fevereiro de 1987: “Sem sorte com carros”. Caramba! Hora de chamar um táxi, será? Ou pegar um trem, algo assim. Não à toa, veículos, carros e estradas têm papéis importantes tanto em A PROMESSA quanto em A PANE e em outras obras do autor.
