UMA ESTRELA CHAMADA HENRY

Nascido nos esgotos de Dublim em 1901, filho de um segurança de boate de perna única e matador profissional, Henry Smart tem que amadurecer rápido. Assim que consegue andar, já sai para roubar, pedir esmola, sempre com frio, eternamente com fome, mas sem perder a majestade nas ruas. Aos 14 anos, já com 1,75 m de altura, Henry está no Correio Central na segunda-feira de Páscoa de 1916, soldado do Exército Civil Irlandês, lutando por liberdade. No ano seguinte, está disposto a morrer pela Irlanda mais uma vez: rebelde, membro do Sinn Fein e logo um guerrilheiro urbano. Usando a perna de pau de seu pai como arma, Henry torna-se um herói republicano, um dos garotos de Michael Collins, um exterminador de policiais, um assassino pedalando sua bicicleta roubada.

Um romance histórico-político como nunca antes visto. Uma estrela chamada Henry marca um novo capítulo no trabalho de Roddy Doyle. É um livro bem mais ambicioso do que qualquer outro que escrevera antes. Um olhar subversivo sobre as lendas do republicanismo irlandês, com uma bela história de amor permeando a trama. Um trabalho de ficção estupendo. 


Depoimento de Roddy Doyle sobre Uma estrela chamada Henry ao Süddeutsche Zeitung (diário de Munique), em 21.2.2000:

“Não queria que Uma estrela chamada Henry fosse lido como uma peça histórica. Por exemplo, deixei de lado fatos muito importantes do levante da Páscoa de 1916, e acrescentei outros. Mudei a sequência dos acontecimentos. Introduzi “erros” de propósito. As frases que coloco na boca de Michael Collins são fictícias. Me irrita muito quando algumas pessoas acham que se trata de uma irrefutável verdade histórica.”

“Sou um cidadão irlandês satisfeito. Estou contente por meus filhos crescerem aqui. Mas não foi sempre o caso. Nos anos 20 e 30 teria me sentido bastante infeliz - pelo menos com minha maneira de ver o mundo hoje. Sei que este país nasceu da violência. Quanto mais me aprofundava na História, mais ficava claro que nossos heróis na verdade não eram democratas no fundo do coração. Não acreditavam em maiorias. Ernie O’Malley, que era considerado o intelectual do IRA, o colocou muito claramente: eles ou convenciam o resto do país, ou o passavam a ferro e fogo. Mas apesar disso mudaram a face do país e fizeram dele uma república. É sobre isso que quis escrever.”



   

                                                                                                   



RODDY DOYLE

RODDY DOYLE nasceu em Dublim em 1958, onde foi professor de inglês e geografia. Após algumas tentativas no teatro, seu primeiro romance, The Commitments, foi publicado sob aplausos unânimes em 1987, e filmado com grande sucesso por Alan Parker (no Brasil, Loucos pela fama). Publicou The Snapper em 1990, repetindo o sucesso. Em 1991, lançou O furgão [Estação Liberdade, 1998], selecionado para o Booker Prize, o mais prestigioso prêmio literário britânico.

Tanto O furgão quanto The Snapper ganharam adaptações para o cinema dirigidas por Stephen Frears. Em 1993, Doyle foi o grande vencedor do Booker Prize com Paddy Clarke Ha Ha Ha, que foi durante meses o livro mais vendido na Irlanda e na Grã-Bretanha. Suas últimas obras são The Guts [2013], Two More Pints [2014] e Dead Man Talking [2015]. Dele, esta casa também publicou Os risadinhas [2000] e Uma estrela chamada Henry [2001].



Livro
Tradutor Lídia C. Luther
Formato 14x21cm
Páginas 384
ISBN 978-85-744-041-1

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