GERMINAL


Cultuado por muito tempo como o romance por excelência das relações humanas no universo da organização dos trabalhadores, Germinal retrata os primórdios do que viria a ser a Internacional Socialista, constituindo simultaneamente um painel revelador da lógica patronal no início do capitalismo industrial. Sua enorme variedade de tipos humanos destaca-se ao compor um dos mais notáveis painéis sociais da literatura do século XIX.

Publicado em 1885, o romance de Émile Zola narra uma épica revolta de mineiros na cidade de Montsou, onde estes se sublevam contra condições de trabalho draconianas. Enquanto as famílias operárias sofrem de fome e de penúria generalizada, a mina Voraz condena gerações de trabalhadores a cuspir carvão para obterem seu mínimo sustento. É lá embaixo, no subsolo, que surge a necessidade de se organizarem para sobreviver, e caberá ao recém-chegado Étienne Lantier profetizar novos tempos para a massa de carvoeiros que sufoca debaixo da terra.

Na superfície, após escaramuças e tiroteios, a mobilização foge do controle do líder operário e os mineiros acabam retomando o trabalho para não morrerem de fome. Paralelamente, o niilista russo Suvarin engaja-se em operações de sabotagem de desenlace trágico, culminando com a destruição total da mina. Lantier acaba partindo para Paris, onde trabalhará pela organização dos trabalhadores. Zola, no entanto, evita maniqueísmos e arma com precisão os excessos de ambos os lados, com as derivas que a história registraria repetidamente no século XX. 


     

                                                                                                   


ÉMILE ZOLA

Émile Zola nasceu em Paris em 1840. Enfrentando a pobreza da família, trabalha como empacotador na editora Hachette e entra em contato com o meio literário. Após a publicação de artigos e de seu primeiro livro, Contos luminosos, refina sua escrita e concebe o ciclo de vinte volumes Os Rougon-Macquart, auge do naturalismo francês, do qual Germinal é o maior expoente. Toma parte no controverso Caso Dreyfus, defendendo publicamente a inocência de um oficial acusado de traição. Zola falece em 1902.



Livro
Tradutor Mauro Pinheiro
Formato 14x21
Páginas 560
ISBN 978-85-7448-207-1

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