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A Balada do cálamo Autor: Atiq Rahimi Número de páginas: 200 ISBN: 978-85-7448-272-9 Livreiros e distribuidores |
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Na
prosa lírica de A balada do cálamo,
o autor e diretor franco-afegão Atiq Rahimi procura dar forma à experiência
traumática do exílio, ao mesmo tempo em que relembra sua história de vida e a
autodescoberta como artista. Oscilando entre o presente em Paris e o passado
errante, o livro mescla memórias a reflexões artísticas, iluminadas por
caligrafias e calimorfias (letras antropoformes) do autor. A
história de Atiq se desenrola em três palcos principais: a Cabul da infância,
onde aprendeu a grafar o alfabeto persa com seu cálamo e vivenciou a prisão e
a tortura de seu pai. De lá, a primeira fuga foi para a Índia, cuja rica e
sensual cultura causou uma revolução interna no adolescente afegão. Por fim,
a França, onde recebeu asilo cultural em 1984 e construiu uma carreira
premiada como cineasta e romancista, marcada também por traços
autobiográficos — Terra e cinzas ecoa a experiência de sua família na guerra
civil do Afeganistão; Syngué sabour
foi inspirado pelo assassinato da amiga poeta afegã Nadia Anjuman pelo
marido. Esta
balada (nome dado a canções narrativas na Idade Média e que em francês
significa também passeio) visita estes lugares e tempos reais, mas está
centrada no não-lugar do exílio e da lembrança. Em seu autorretrato íntimo, o
autor rodopia pelos temas da escrita, do desejo e da guerra, costurando-os
com suratas do Alcorão e a poesia sufi, meditações embaladas pelos textos
védicos, e diálogos com a arte e a literatura francesa.
Atiq Rahimi nasceu em Cabul, em
1962. Estudou no colégio franco-afegão, época em que frequentou o centro
cultural francês da capital afegã onde conheceu o cinema francês e encenou
algumas peças dramáticas. Durante a guerra civil no início dos anos 1980,
deixou o seu país e, em 1985, obteve estatuto de refugiado político na
França, onde vive desde então. Formou-se em letras e estudos cinematográficos
nas Universidades de Rouen e La Sorbonne Nouvelle. Apesar de também escrever
em francês, sua língua literária é o dari, variação do persa falada no
noroeste do Afeganistão. Ganhou com a presente obra o prêmio Fondation de
France 2002. [LEIA MAIS] |