NOTRE-DAME DE PARIS


A Estação Liberdade traz a público nova tradução do romance Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo (1802-1885), um dos grandes clássicos da literatura, a cargo de Ana de Alencar e Marcelo Diniz, professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O prefácio a nossa edição é assinada por Louis Chevalier, professor na Collège de France entre 1952 e 1981 e um dos expoentes máximos da obra do escritor francês.

Hugo é o escritor por excelência do século XIX. Pela abrangência de seus temas, verdadeiro almanaque da condição urbana, pela duração de sua carreira, que atravessou o século, pela profundidade e durabilidade de sua capacidade criativa, é um verdadeiro gigante das letras.

Participando ativamente da vida política, após anos de exílio, em notável reviravolta, no final da vida tornou-se poeta nacional da França. Estilisticamente, insere-se no romantismo, mas um romantismo social priorizando os sentimentos de fraternidade, justiça e redenção do homem.

Notre-Dame de Paris é um inequívoco exemplo do poder da imaginação, da eficaz utilização de mitos medievais e da construção de uma obra que soube cair nas graças do público. 

Unindo história, aspectos grotescos, trama passional, a obra atinge patamares de excelência literária que deixam antever o Victor Hugo de obras tardias como Os miseráveis e O homem que ri. Importante destacar a discussão ensejada pelo autor sobre os valores de defesa do patrimônio urbanístico e arquitetônico, a começar pelo resgate da produção cultural da Idade Média.

Victor Hugo nos apresenta uma Paris repleta de figuras ímpares, a começar pelo incontornável Quasímodo, que se tornaria uma das figuras mais conhecidas do legado literário universal. Também somos confrontados com uma série de locais singulares que a verve descritiva de Hugo faz compor um rico painel da metrópole francesa no século XV. 


A TRAMA

Em Paris, em 1482, um poeta inseguro e galanteador de nome Gringoire se perde na babélica e mal-afamada Corte dos Milagres. Uma jovem e atraente cigana, La Esmeralda, o salva, para logo depois virar cobiça de um arquidiácono decadente e doentio (Claude Frollo), que encarrega o batedor de sinos da catedral parisiense, o miserável e repulsivo corcunda Quasímodo, de raptá-la. Ela é libertada por um bem-apessoado oficial (Phoebus), por quem se perde de paixão. Quasímodo é torturado por sua tentativa de sequestro, mas a própria jovem não o condena. O arquidiácono tenta liquidar o oficial, mas consegue que inculpem a cigana, que por sua vez é colocada no pelourinho para confessar. Quasímodo consegue libertá-la e levá-la para a Notre-Dame, onde deveria estar a salvo, mas o submundo parisiense em peso ataca a catedral para livrá-la do horrível corcunda, que organiza heroica resistência.


A ORELHA DESTA EDIÇÃO

Notre-Dame de Paris apresenta ao leitor um dos personagens mais conhecidos da literatura francesa. Quasímodo, o corcunda de Notre-Dame, ao completarem-se quase dois séculos da publicação de seu romance (1831), foi objeto de atualizações clássicas do cinema, desde as versões em que foi interpretado por Lon Chaney (1923) e Anthony Quinn (1956), à animação da Disney (1996). Esse herói grotesco é descrito como o reflexo monstruoso da sociedade europeia no século XV. A criança abandonada de origem cigana, o corcunda, o caolho, o coxo, o surdo, cada traço que se acrescenta à sua monstruosidade abjeta, ao mesmo tempo risível e temível, é a projeção de um mundo distorcido pela perversão dos suplícios em praça pública, pelo obscurantismo místico, pela sexualidade recalcada, pela xenofobia, pela arbitrariedade da justiça, pelo fausto dos poderes e pela decadência material e moral de Paris nos estertores da Idade Média. Uma sociedade, enfim, emaranhada pelas mais diversas contradições, que culminam na catedral de Notre-Dame saqueada, narrada por Victor Hugo como um prenúncio alegórico de um fato histórico emblemático do destino da Europa, a Queda da Bastilha. 




                                                                     


VICTOR HUGO

Victor Marie Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802, em Besançon, França. Foi educado por vários tutores e estudou em escolas privadas. Tornou-se escritor aos 15 anos, e logo assumiu um lugar excepcional na história da literatura ocidental, dominando todo o século XIX graças a sua fecunda genialidade e à diversidade de sua produção. Escreveu desde poesia lírica, satírica e épica até romances e dramaturgia em prosa e em versos. Chegou a ser considerado poeta oficial da nação francesa. Em 1827 redigiu o famoso prefácio de Cromwell, tido como o manifesto do movimento romântico na França. Tornou-se membro da Academia Francesa em 1841. Suas obras mais famosas são os romances Notre-Dame de Paris (1831), publicado pela editora Estação Liberdade, e Os miseráveis (1862). Também foram publicados pela editora O último dia de um condenado (1829) e O Homem que ri (1868). No final da carreira, passou um longo período no exílio, por oposição ao império de Napoleão III. Teve longa militância contra a pena de morte. Faleceu em 22 de maio de 1885, em Paris, e está enterrado no Panthéon. 




Livro
Tradutor Ana Maria de Alencar e Marcelo Diniz
Formato 14x21cm
Páginas 584
ISBN 978-85-7448-190-6

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