Alberto Giacometti não é somente um artista essencial do século XX; é também uma de suas personalidades mais originais. Fruto de novas pesquisas, esta biografia nos coloca na intimidade de um artista assombrado por sua própria obra, sempre impulsionado por uma exigência sem concessões.

Após uma juventude vivida no ateliê do pai na Suíça, e então no ateliê do escultor Antoine Bourdelle em Paris, o jovem artista se emancipou dos primeiros mentores, voltando-se para o cubismo, depois para o surrealismo.

Apesar do veloz reconhecimento de seu trabalho e da amizade admirativa de André Breton, ele se afastou rapidamente dos objetos surrealistas que o tornaram célebre, para embarcar numa fuga solitária que o levaria à margem das correntes em voga. Amigo de grandes artistas e intelectuais, ele traçou um caminho particular na intimidade solitária de seu mítico ateliê na rua Hippolyte-Maindron, no bairro parisiense de Montparnasse.

Profundamente ligado à representação humana, influenciado pelas artes arcaicas e não ocidentais, afastou-se de uma representação naturalista para adotar uma visão sintética e por vezes alucinada da figura do ser humano, carregada de um poder misterioso.

Catherine Grenier conta-nos o destino e o percurso único de Alberto Giacometti, sua vida e sua obra, numa biografia para ser lida como um romance. O volume, ademais, contém um caderno de imagens com reproduções de obras do artista e fotografias de sua carreira.

Um fato que comprova a importância imanente de Alberto Giacometti no universo das artes é que as três esculturas de valor mais alto jamais negociadas atualmente são dele: L’Homme au doigt [O homem que aponta], vendida por US$ 141,3 milhões, seguido de L’Homme qui marche I [O homem andando I], US$ 104,3 milhões, e Chariot [A carruagem], US$ 101 milhões. Todas as três obras são citadas por Grenier no livro e ajudam a contar a história do artista.


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CATHERINE GRENIER


Historiadora de arte e curadora, Catherine Grenier é diretora da Fondation Giacometti, em Paris, desde 2014. Foi diretora do Musée National d’Art Moderne – Centre Pompidou, trabalhando em mais de trinta exposições de artistas modernos e contemporâneos. Desde que chegou à Fundação, organizou (e coorganizou) exposições originais dedicadas a Giacometti em cerca de quinze países e em instituições de renome como Tate Modern, em Londres, e Guggenheim Museum, em Nova York. Contribuiu também para o museu Mohammed VI, em Rabat, o Seoul Art Center e o Musée National des Beaux-Arts de Québec. Foi curadora da primeira exposição a revelar pontos de contato entre Giacometti e Picasso, montada no Musée National Picasso-Paris e no Fire Station Doha, no Catar. Dedicou-se a diversos livros sobre artistas contemporâneos, como Annette Messager, Christian Boltanski, Sophie Ristelhueber, Maurizio Cattelan, e sobre artistas modernos, como Salvador Dalí. Publica constantemente ensaios, como La fin des musées?, de 2013, e La manipulation des images dans l’art contemporain, de 2014.