NOVENTA E TRÊS


Noventa e três, publicado originalmente em 1874, depois do levante da Comuna de Paris, é um épico de Victor Hugo sobre a Revolução Francesa. Nome maior do romantismo francês, o escritor traz uma vez mais as contradições que fizeram de seus personagens o retrato fidedigno da humanidade.

O romance conta a história de um trio durante as revoltas contrarrevolucionárias de 1793, período correspondente à Convenção. Lantenac, o homem do rei e de uma França prestes a deixar de existir para sempre; Cimourdain, ex-padre e um implacável gênio da revolução; e Gawain, sobrinho de Lantenac e herdeiro espiritual de Cimourdain.

Dividida em três partes, cada uma com visões diferentes daqueles eventos, a história tem como palco, principalmente, a Bretanha e Paris.

A tarefa de Victor Hugo, já no crepúsculo de sua longa trajetória, de escrever este que foi seu último romance, era considerada por ele necessária e, ao mesmo tempo, impossível. “Impossível, a menos que você adicione o sonho”, revelou o monumental autor.



VICTOR HUGO


Victor Marie Hugo nasceu em 26 de fevereiro de 1802, em Besançon, França. Foi educado por vários tutores e estudou em escolas privadas. Tornou-se escritor aos 15 anos, e logo assumiu um lugar excepcional na história da literatura ocidental, dominando todo o século XIX graças a sua fecunda genialidade e à diversidade de sua produção. Escreveu desde poesia lírica, satírica e épica até romances e dramaturgia em prosa e em versos. Chegou a ser considerado poeta oficial da nação francesa. Em 1827 redigiu o famoso prefácio de Cromwell, tido como o manifesto do movimento romântico na França. Tornou-se membro da Academia Francesa em 1841. Suas obras mais famosas são os romances Notre-Dame de Paris (1831), publicado pela editora Estação Liberdade, e Os miseráveis (1862). Também foram publicados pela editora O último dia de um condenado (1829) e O homem que ri (1868). No final da carreira, passou um longo período no exílio, por oposição ao império de Napoleão III. Teve longa militância contra a pena de morte. Faleceu em 22 de maio de 1885, em Paris, e está enterrado no Panthéon.