Em Ira e tempo, Sloterdijk se afasta da visão psicanalítica que reduz o sentimento de ira a uma válvula de escape para desejos não realizados e redescobre a função desse conceito para o século XXI. Traçando um panorama da ira na história do pensamento ocidental, o filósofo surpreende com o resgate de um olhar positivo sobre esse sentimento que já fora apreciado por ser a força motriz dos guerreiros e pedra fundamental no surgimento de heróis. 

Posteriormente, as sociedades ocidentais preteriram esse conceito e elevaram a justiça ao patamar de valor central – o que não substitui, para Sloterdijk, a força que se perdeu com a repressão da ira.