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A Ponte Flutuante dos Sonhos seguido de Retrato de Shunkin Autor: Jun’ichiro Tanizaki Número de páginas: 160 ISBN: 978-85-7448-290-3 Livreiros e distribuidores Para orçamentos e pedidos, nos encaminhe um e-mail: vendas@estacaoliberdade.com.br |
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PONTE FLUTUANTE DOS SONHOS, publicado em 1959, tem seu título emprestado de
um capítulo de Genji Monogatari, escrito no século XI pela cortesã Murasaki
Shikibu e considerado o primeiro romance japonês. Tanizaki, que conhecia
muito bem os textos clássicos (alguns dos quais traduziu para o japonês
moderno) revisita na narrativa alguns temas de Genji Monogatari, como a
relação ambígua de um jovem com a esposa do pai e a simbologia clássica dos
elementos da natureza, inspirada pela tradição budista. O narrador Tadasu
compartilha com o leitor a história de sua infância e de suas duas mães, que
se misturam em sua memória. A confusão psicológica e a vergonha do narrador
se contrapõem à limpidez do estilo de Tanizaki. O autor explora as nuances
daquilo que não é dito e nos joga no centro do peculiar arranjo familiar
estabelecido pelo pai de Tadasu, que tenta recriar, na segunda esposa, a mãe
que o filho perdeu. A
segunda obra, RETRATO DE SHUNKIN, de 1933, apresenta uma das mais marcantes
personagens de Tanizaki: Shunkin, prodígio musical, cega, cujo talento e
beleza despertam todos os tipos de paixões. A relação entre Shunkin e Sasuke,
seu ajudante e amante, é a matéria da história. A convivência de mestra e
discípulo, seu desenvolvimento artístico, o temperamento cruel de Shunkin, a
fervorosa servidão voluntária de Sasuke, as tragédias que marcam suas vidas,
tudo é apresentado deixando entrever uma “história secreta”, desconhecida até
do próprio narrador. A narrativa gerou entusiasmo da crítica e de autores
como Yasunari Kawabata, que a chamou de “obra-prima”. A
forma como Tanizaki trata a memória, a paixão e a devoção é o que conecta os
dois clássicos, demonstrando sua maestria narrativa e aproximando-o,
tematicamente, de Bataille e Sade em suas especulações sobre o potencial
destrutivo do amor e da sexualidade.
Jun’ichiro Tanizaki nasceu em 1886 em
Tóquio, onde estudou literatura na Universidade Imperial até ser expulso por
inadimplência. Começou a escrever cedo, de início sofreu influências de
Baudelaire e Poe, entre outros, e participou da escola Tanbiha, que
valorizava a “arte e beleza acima de tudo”, indo contra o objetivismo da
época. |