Primeiro dia do ano da peste, O
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- Calcular freteNossa contribuição para que não se diga que não há renovação no cenário da ficção brasileira. Francisco Maciel não chove no molhado, surpreende pela criatividade e domina muito bem sua técnica narrativa ao nos fazer percorrer a trilha de manuscritos encontrados de um autor desaparecido. Estes mostram sua loucura progressiva, passo a passo e de texto em texto, até a desintegração final.
Ler Maciel faz bem para a cabeça. E para nós é um prazer especial tê-lo descoberto pelo acaso das circunstâncias numa precária pensão do Estácio, no Rio.
“Este livro já estava escrito. Caso seu autor tivesse sobrevivido à peste, à loucura, à razão, ao preconceito, ao eu, ao tempo, ao país, com certeza lhe teria dado uma outra organização, um outro cosmo, um caos exato. Nem sei se ele continua vivo, o autor. Se continua, não terá condições de opinar. (...)
“São fragmentos de um homem, e desses fragmentos que consegui juntar nasceu este romance. Concluo que toda vida fracassada é um romance. E a vida de Aloísio Cesário foi um retumbante fracasso. Mas ainda falta o último ato, a última cena, a palavra final. A única chance de vitória que ele tem é a de encontrar um leitor que partilhe sua solidão, que o alivie das ações sem sentido, que o faça renascer dos atos inaptos, dos deslocamentos e dos deslizes, das condensações e dos lapsos, que o interne por algumas horas em sua parasita alma solidária. Só assim ele, o escritor, poderá provar um pouco da verdadeira vida. É o seu direito autoral.” [pág. 11]
Título: O primeiro dia do ano da peste
Autor: Francisco Maciel
ISBN: 9788574480398
Formato: 14x21 cm / páginas: 184