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Botchan Autor: Natsume Soseki Número de páginas: 184 ISBN: 978-85-7448-262-0
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Se
em seu bem-sucedido livro de estreia, Eu
sou um gato (1905), Natsume Soseki satirizou a condição humana pelo olhar
de um bichano sagaz, neste Botchan,
publicado apenas um ano depois, o autor japonês reafirma o estilo
bem-humorado com outra trama sobre diferenças: o choque cultural que opõe a
cidade grande e o interior. Mas Soseki não opta pelo caminho mais fácil,
pintar um caipira de calças curtas no furacão hostil da metrópole. Ao
contrário: em Botchan, o personagem
que dá título ao romance é um jovem professor de matemática de Tóquio que,
aos 23 anos, aceita partir para uma localidade inóspita nos rincões do Japão,
na ilha de Shikoku, a fim de lecionar para aquela que será sua primeira turma
de alunos ginasiais. Habilidade
social não é o forte do protagonista, muitas vezes comparado ao Holden
Caufield de J. D. Salinger em O
apanhador no campo de centeio. Até aceitar o emprego, Botchan tinha
passado os últimos três anos vivendo recluso em um cubículo “de quatro
tatames e meio”. Seus modos são ríspidos, sua paciência com os outros é
limitada, sua impetuosidade vive lhe causando problemas, sua fome é
insaciável. No
olhar ferino de Natsume Soseki quem se torna alvo da chacota e da maldade dos
colegas não é o estudante desengonçado, mas o professor cujo sotaque
cosmopolita agride os ouvidos dos alunos da província. Aprendiz de adulto,
Botchan terá de aprender que a vida real pode ser bem menos tranquila do que
indicava sua experiência anterior, dividida entre a reclusão e os mimos de
uma velha criada da família. No romance, Soseki , que também foi professor na
juventude, destila os predicados que lhe deram fama, como a ironia, a escrita
fluida e a magistral composição psicológica de personagens. Um clássico da
literatura japonesa do século XX, que se mantém até hoje como um dos livros
mais populares no Japão.
Soseki nasceu em Tóquio em
5 de janeiro de 1867. Teve infância difícil e solitária. Aos 23 anos, inicia
seus estudos de literatura inglesa. Sempre vítima de crises nervosas, viaja à
Inglaterra em 1900 como bolsista do Ministério da Educação. Não se adapta à
cultura ocidental, entra novamente em depressão e regressa ao Japão em 1903.
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